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CURRAL DE CONCRETO BUD BOX

by ADRIANE ZART CONSTRUÍDO EM CONCRETO AUTO ADENSÁVEL

CURRAL DE CONCRETO BUD BOX​

by ADRIANE ZART CONSTRUÍDO EM CONCRETO AUTO ADENSÁVEL

O manejo Nada nas Mãos é uma técnica que busca transformar a forma como se trabalha com gado. Baseada no comportamento natural dos bovinos, usamos seus instintos a nosso favor para nos comunicar e conectar com o rebanho através de uma linguagem não verbal. Atitude, posicionamento, ângulos e olhar são suficientes para transmitir confiança e respeito e mover os animais de forma eficiente e com baixo estresse. Convidamos o gado a trabalhar conosco ao invés de colocarmos apenas pressão.
O manejo correto e como nos comunicamos com gado são fundamentais para a saúde e bem-estar do rebanho. Gado calmo e confiante é mais fácil de mover, de diagnosticar e desempenha melhor. Então, comunicação eficiente significa menos estresse, não só para o gado, mas também para a equipe que trabalha no campo.

Os Currais Bud Box da Panucci by Personal PEC tem a finalidade de entregar diferentes soluções de manejo de gado em instalações com capacidade adequada para realidade de cada projeto. Todas orientações vão de acordo com a técnica de manejo Nada nas Mãos, visando garantir que o gado se mova de forma eficiente e com baixo estresse, diminuindo os riscos com lesões de carcaça, acidentes de manejo e melhorando a agilidade e fluxo do trabalho

Veja o depoimento de Adriane Zart sobre a importante parceria entre a Personal PEC e a
Panucci Pré-Moldados

Bud Box, a Favor do manejo

Peça chave no sistema de Manejo Nada nas Mãos, essa estrutura está conquistando pecuaristas no Brasil, por agilizar
o fluxo do gado no curral, sem estresse.

Quando o manejador de posiciona corretamente, os animais o contornam e entram direto no tronco coletivo.

Uma nova instalação começa a ganhar adeptos na pecuária de corte. É a Bud Box, compartimento que substitui a seringa em seu papel de recepcionar os animais e conduzi-los ao tronco coletivo (brete). Pelo menos 10 fazendas brasileiras já contam com a instalação. Criada pelo cowboy norte-americano Bud Williams (morto em 2012), a “caixa do Bud” (em tradução livre) facilita o manejo e melhora o fluxo do gado no curral, pois permite ao vaqueiro trabalhar a favor do instinto dos animais, o que faz total diferença durante a lida. Com formato retangular, a instalação é relativamente simples e
pode ser adaptada em currais prontos, mas seu bom funcionamento depende de um loyaut correto (veja planta ao lado), da atenção a alguns pequenos porém fundamentais detalhes e do treinamento do manejador.
Para chegar à Bud Box, os animais passam por uma repartição chamada de “pré Bud Box”, que tem o mesmo formato retangular e é separada dele por uma porteira. Como o gado prefere se deslocar em linha reta, a passagem de um compartimento para o outro fica fácil. Uma vez dentro da Bud Box, a porteira é fechada. A partir daí, entender o comportamento animal é fundamental para o sucesso do manejo. “O bovino gosta de ir e voltar sempre
pelo mesmo caminho”, afirma a veterinária Adriane Lermen Zart, consultora da Personal PEC, de Campo Grande, MS, e especialista nesta área. Os animais percorrem toda a extensão da caixa retangular e, vendo-se sem saída
devido à posição do manejador, retornam e veem como único acesso a entrada do tronco coletivo (veja figura).“Esse comportamento dos bovinos de retornar para o local de onde vieram (que a Bud Box usa a seu favor) norteia as ações de manejo”. salienta Adriane, uma das difusoras da instalação no Brasil. Tudo começa com a posturado vaqueiro, que deve se posicionar na lateral da instalação, onde se encontra a entrada do tronco coletivo (brete),
sempre evitando ficar atrás do lote. “O animais gostam de passar ao redor do manejador, para poder exergá-lo e também ver para onde estão indo. É um instinto”, afirma. O vaqueiro, portanto, deve se deslocar em linha reta, paralelamente ao comprimento da Bud Box, olhando de frente
para os animais e exercendo “pressão” para que eles passem a seu redor e entrem no tronco coletivo (brete). Caso alguns animais fiquem muito reativos e relutem em entrar, o manejador deve recuar, se reposicionar corretamente e então recomeçar o trabalho, com a mesma postura, sem jamais cair na tentação de manejar o gado vindo por trás. “O animal não gosta de nos dar as costas, se sente inseguro e refuga. Quando ele vê o vaqueiro e
percebe para onde está indo, se tranquiliza e entra”, ensina Adriane. que é adepta do manejo “Nada nas Mãos”, criado pelo vetrinário Paulo Loureiro, com base em experiências próprias e orientações de Tom Noffsinger (que
estruturou tecnicamente os conceitos de Bud Williams, como mostrou DBO em reportagem de capa, em julho de 2017) . “Esse tipo de manejo dispensa ferramentas como as bandeiras, pois o gado não se sente ameaçado e pode
focar na linguagem corporal do manejador. A Bud Box e o Nada nas Mãos têm origem semelhante”, diz Adriane.

Caixa de passagem

Ao projetar sua “caixa”, Bud Williams tinha em mente facilitar o fluxo de animais no curral, sem colocar em risco a segurança do manejador. O cowboy norte-americano idealizou um “box” com 9 m de comprimento por
4,5 m de largura e um pré-box mais comprido (não há especificação) e estreito (3,5 m), alegando que os animais preferem sair de locais estreitos para outros mais amplos. Em seus primeiros projetos, Adriane seguiu essa recomendação, mas o manejo no curral a fez mudar de ideia,
pois deparou-se com alguns problemas. A Bud Box é um local de passagem, de fluxo contínuo, que precisa ser constantemente abastecido com animais, em número correspondente à capacidade do tronco coletivo. Para que essa dinâmica funcione, o Pré Bud Box deve estar sempre com um número de bovinos até três vezes maior. Aí começam as dificuldades. Primeira: o Pré
Bud Box estreito (3,5 m) recomendado por Willians força o vaqueiro a entrar na “distância de fuga” do animal, que passa por ele bufando, muito reativo. Segunda: o menor espaço aumenta a pressão sobre o gado. “Como os zebuínos são mais ligeiros e sensíveis, eles se amontoam na extremidade da estrutura, e tem sempre algum que é espremido, se deita e é pisoteado”, conta Adriane. Diante disso, ela decidiu alterar as dimensões da Pré
Bod Box. Para que os animais ficassem mais confortáveis, ampliou a largura da “caixa” de 3,5 para 6 m. Seu comprimento ficou em 12 m, apenas 3 m a mais do que na Bud Box. O fato de os animais se deslocarem para um compartimento menor (9 m x 4,5 m) não prejudica o manejo. “Notamos que eles até entram mais calmos na Bud Box, certamente por se sentirem confortáveis no compartimento anterior”, explica Adriane.

Detalhes funcionais

Para que a instalação funcione bem, contudo, é preciso observar uma série de detalhes, a começar pela porteira. No modelo original, ela é toda “fechada”, ou seja, sem vãos livres, pois, nos EUA, a maioria das porteiras é de ferro. Como, no Brasil, predominam as de madeira, Adriane recomenda fazê-la com vãos livres, para que não fique muito pesada e difícil de operar, mas é fundamental que abra na direção do Pré Bud Box, ou seja, contra o fluxo do gado, porque fica mais fácil fechá-la após a entrada dos animais. O trinco que fecha a porteira deve ser colocado na extremidade voltada para o tronco coletivo (brete), de modo que o vaqueiro, após fechá-la, rapidamente se coloque na posição correta, ao lado da entrada dessa instalação. “Se fosse fixado na outra ponta e o manejador estivesse com um gado mais ligeiro, ele poderia não estar no local certo quando os animais retornassem da Bud Box para entrar no tronco coletivo”, afirma a especialista. Outra recomendação é instalar, nos dois compartimentos, um dispositivo de escape (porteira, vão aberto) que permita ao vaqueiro sair rapidamente caso se sinta em situação de risco. Esse tipo de “escape” também deve ser colocado no Bud Box, ao lado do tronco coletivo, para que o manejador possa sair para ajudar na condução dos animais que seguem para o tronco de contenção. O “escape” deve garantir acesso rápido, para que o vaqueiro não tenha de subir na cerca do curral para fugir. “Muitos produtores se preocupam com o fluxo do gado, mas se esquecem do fluxo do manejador”, adverte Adriane. Tanto na porteira quenta no “escape”, deve-se evitar correntes e dar preferência às travas, que dão mais agilidade ao serviço. 

Bud Box, a Favor do manejo

Peça chave no sistema de Manejo Nada nas Mãos, essa estrutura está conquistando pecuaristas no Brasil, por agilizar
o fluxo do gado no curral, sem estresse.

 

Quando o manejador de posiciona corretamente, os animais o contornam e entram direto no tronco coletivo.

Uma nova instalação começa a ganhar adeptos na pecuária de corte. É a Bud Box, compartimento que substitui a seringa em seu papel de recepcionar os animais e conduzi-los ao tronco coletivo (brete). Pelo menos 10 fazendas brasileiras já contam com a instalação. Criada pelo cowboy norte-americano Bud Williams (morto em 2012), a “caixa do Bud” (em tradução livre) facilita o manejo e melhora o fluxo do gado no curral, pois permite ao vaqueiro trabalhar a favor do instinto dos animais, o que faz total diferença durante a lida. Com formato retangular, a instalação é relativamente simples e
pode ser adaptada em currais prontos, mas seu bom funcionamento depende de um loyaut correto (veja planta ao lado), da atenção a alguns pequenos porém fundamentais detalhes e do treinamento do manejador.
Para chegar à Bud Box, os animais passam por uma repartição chamada de “pré Bud Box”, que tem o mesmo formato retangular e é separada dele por uma porteira. Como o gado prefere se deslocar em linha reta, a passagem de um compartimento para o outro fica fácil. Uma vez dentro da Bud Box, a porteira é fechada. A partir daí, entender o comportamento animal é fundamental para o sucesso do manejo. “O bovino gosta de ir e voltar sempre
pelo mesmo caminho”, afirma a veterinária Adriane Lermen Zart, consultora da Personal PEC, de Campo Grande, MS, e especialista nesta área. Os animais percorrem toda a extensão da caixa retangular e, vendo-se sem saída
devido à posição do manejador, retornam e veem como único acesso a entrada do tronco coletivo (veja figura).“Esse comportamento dos bovinos de retornar para o local de onde vieram (que a Bud Box usa a seu favor) norteia as ações de manejo”. salienta Adriane, uma das difusoras da instalação no Brasil. Tudo começa com a posturado vaqueiro, que deve se posicionar na lateral da instalação, onde se encontra a entrada do tronco coletivo (brete),
sempre evitando ficar atrás do lote. “O animais gostam de passar ao redor do manejador, para poder exergá-lo e também ver para onde estão indo. É um instinto”, afirma. O vaqueiro, portanto, deve se deslocar em linha reta, paralelamente ao comprimento da Bud Box, olhando de frente
para os animais e exercendo “pressão” para que eles passem a seu redor e entrem no tronco coletivo (brete). Caso alguns animais fiquem muito reativos e relutem em entrar, o manejador deve recuar, se reposicionar corretamente e então recomeçar o trabalho, com a mesma postura, sem jamais cair na tentação de manejar o gado vindo por trás. “O animal não gosta de nos dar as costas, se sente inseguro e refuga. Quando ele vê o vaqueiro e
percebe para onde está indo, se tranquiliza e entra”, ensina Adriane. que é adepta do manejo “Nada nas Mãos”, criado pelo vetrinário Paulo Loureiro, com base em experiências próprias e orientações de Tom Noffsinger (que
estruturou tecnicamente os conceitos de Bud Williams, como mostrou DBO em reportagem de capa, em julho de 2017) . “Esse tipo de manejo dispensa ferramentas como as bandeiras, pois o gado não se sente ameaçado e pode
focar na linguagem corporal do manejador. A Bud Box e o Nada nas Mãos têm origem semelhante”, diz Adriane.

Caixa de passagem

Ao projetar sua “caixa”, Bud Williams tinha em mente facilitar o fluxo de animais no curral, sem colocar em risco a segurança do manejador. O cowboy norte-americano idealizou um “box” com 9 m de comprimento por
4,5 m de largura e um pré-box mais comprido (não há especificação) e estreito (3,5 m), alegando que os animais preferem sair de locais estreitos para outros mais amplos. Em seus primeiros projetos, Adriane seguiu essa recomendação, mas o manejo no curral a fez mudar de ideia,
pois deparou-se com alguns problemas. A Bud Box é um local de passagem, de fluxo contínuo, que precisa ser constantemente abastecido com animais, em número correspondente à capacidade do tronco coletivo. Para que essa dinâmica funcione, o Pré Bud Box deve estar sempre com um número de bovinos até três vezes maior. Aí começam as dificuldades. Primeira: o Pré
Bud Box estreito (3,5 m) recomendado por Willians força o vaqueiro a entrar na “distância de fuga” do animal, que passa por ele bufando, muito reativo. Segunda: o menor espaço aumenta a pressão sobre o gado. “Como os zebuínos são mais ligeiros e sensíveis, eles se amontoam na extremidade da estrutura, e tem sempre algum que é espremido, se deita e é pisoteado”, conta Adriane. Diante disso, ela decidiu alterar as dimensões da Pré
Bod Box. Para que os animais ficassem mais confortáveis, ampliou a largura da “caixa” de 3,5 para 6 m. Seu comprimento ficou em 12 m, apenas 3 m a mais do que na Bud Box. O fato de os animais se deslocarem para um compartimento menor (9 m x 4,5 m) não prejudica o manejo. “Notamos que eles até entram mais calmos na Bud Box, certamente por se sentirem confortáveis no compartimento anterior”, explica Adriane.

Detalhes funcionais

Para que a instalação funcione bem, contudo, é preciso observar uma série de detalhes, a começar pela porteira. No modelo original, ela é toda “fechada”, ou seja, sem vãos livres, pois, nos EUA, a maioria das porteiras é de ferro. Como, no Brasil, predominam as de madeira, Adriane recomenda fazê-la com vãos livres, para que não fique muito pesada e difícil de operar, mas é fundamental que abra na direção do Pré Bud Box, ou seja, contra o fluxo do gado, porque fica mais fácil fechá-la após a entrada dos animais. O trinco que fecha a porteira deve ser colocado na extremidade voltada para o tronco coletivo (brete), de modo que o vaqueiro, após fechá-la, rapidamente se coloque na posição correta, ao lado da entrada dessa instalação. “Se fosse fixado na outra ponta e o manejador estivesse com um gado mais ligeiro, ele poderia não estar no local certo quando os animais retornassem da Bud Box para entrar no tronco coletivo”, afirma a especialista. Outra recomendação é instalar, nos dois compartimentos, um dispositivo de escape (porteira, vão aberto) que permita ao vaqueiro sair rapidamente caso se sinta em situação de risco. Esse tipo de “escape” também deve ser colocado no Bud Box, ao lado do tronco coletivo, para que o manejador possa sair para ajudar na condução dos animais que seguem para o tronco de contenção. O “escape” deve garantir acesso rápido, para que o vaqueiro não tenha de subir na cerca do curral para fugir. “Muitos produtores se preocupam com o fluxo do gado, mas se esquecem do fluxo do manejador”, adverte Adriane. Tanto na porteira quenta no “escape”, deve-se evitar correntes e dar preferência às travas, que dão mais agilidade ao serviço. 

No confinamento, mais agilidade e menos contusões

A Companhia Agropecuária Monte Alegre (CMA), em Barretos, SP, foi uma das primeiras propriedades no Brasil a incorporar a Bud Box em seu curral de manejo. Seu diretor, André Perrone, conheceu a instalação em 2015, durante uma visita a confinamentos nos Estados Unidos, a convite da MSD Saúde Animal.
“Sempre fui aberto a tecnologias e inovações que facilitem o manejo e respeitem os animais. Gostei do que vi e decidi adotar”, diz ele. O que mais chamou sua atenção foi a fluidez do trabalho no curral. Com a expertise de quem coordena um confinamento com capacidade estática para 19.000 cabeças/ano, Perrone sabe que o processamento (pesagem, identificação, aplicação de vacinas etc) deve ser rápido, principalmente quando a operação envolve um grande número de animais. A demanda por mais agilidade se tornou ainda mais premente a partir do ano seguinte, quando a CMA entrou
no mercado de exportação de gado vivo. Como mostrou reportagem de capa de DBO de abril de 2019, trata-se de uma operação nervosa que não admite percalços na logística. “Se atrasar, corremos o risco de pagar demurrage”,
diz Perrone, referindo-se à multa caso o navio demore no porto mais do que o acordado em contrato. Em função disso, ele dicidiu construir um curral exclusivo para sua EPE (Estabelecimento de Pré-Embarque), que funciona como confinamento convencional quando não há exportação de gado vivo. A nova instalação, dotada de Bud Box no lugar da seringa, ficou pronta em setembro de 2019. A MSD auxiliou na elaboração do projeto, assim
como no treinamento dos vaqueiros. “A Bud Box somente funciona se o manejo for correto. O mais importante são as pessoas”, diz Antony Luenenberg, coordenador de bem-estar animal da empresa. Na opinião de José Pereira da Silva, um dos mais experientes vaqueiros da CMA, a
instalação facilitou a entrada dos animais no tronco coletivo. “Quando tínhamos seringa, sempre acontecia de algum animal não querer entrar no brete, tínhamos de laçar um ou dois para realizar a tarefa. Agora isso dificilmente acontece”, relata o manejador. Perrone também detectou
melhorias. “Eu observava o trabalho dos vaqueiros no sistema tradicional, com seringa em ‘V’. Muitas vezes, eles tinham de empurrar o boi por trás. Era muita movimentação e pouca produtividade. Hoje, a equipe trabalha com
mais calma e segurança, o serviço rende”, diz.

Tronco coletivo (brete) duplo

Outra melhoria significativa foi a redução dos índices de contusão nas carcaças. Esse mérito, no entanto, não pode ser creditado somente à Bud Box, mas a uma dobradinha entre ela e o tronco coletivo (brete) duplo, um tipo de instalação bastante difundida nos confinamentos norte-
-americanos, mas ainda pouco comum por aqui. “Um dos pontos onde as contusões mais acontecem é no afunilamento da seringa, na porta do tronco de contenção, quando os animais inevitavelmente se aglomeram para entrar”,
explicou Adriane Zart à DBO, durante uma visita ao projeto da CMA. “O modelo reduz o risco de pancadas justamente por oferecer duas portas de acesso ao brete”, salientou ela. O tronco coletivo duplo também melhora o fluxo do gado. Quando os animais estão lado a lado se sentem
mais confiantes para se locomover. Esse tipo de instalação permite ter o dobro de animais à espera para ser manejados no tronco de contenção individual, o que traz maior agilidade à operação. Para o diretor da CMA, cujo confinamento processa, em média, 100 cab/hora, o abastecimento constante é fundamental. “O brete não pode ficar vazio”, sentencia. Caso optasse
por um tronco coletivo (brete) simples, Perrone teria de dobrar o tamanho dessa instalação para dar conta da mesma quantidade de gado, o que a tornaria muito comprida. Embora seja comum encontrar-se troncos coletivos longos, com até 20 m de comprimento, para alojar muitos animais, essa não é uma boa ideia. Além do custo alto, o risco de acidentes é maior, pois eles se aglomeram e tendem a subir uns sobre os outros. 

Mecanismo anti-ré

Na maior parte das fazendas que adotaram a Bud Box, o controle do fluxo de animais que entra no tronco coletivo (brete) é feito por meio de um equipamento chamado stop back, uma espécie de grade feita de tubos de ferro, estreita e comprida, com formato de prancha vazada (veja foto). Fixado em um suporte metálico disposta sobre o tronco coletivo, o stop back lembra uma gangorra, cujo movimento, no entanto, pende somente para um lado. A
melhor forma de explicar é descrever seu funcionamento.
Veja. Assim que o boi entra no brete, empurra com a cabeça o stop back, que, em posição de repouso, fica levemente inclinado para frente. Após a passagem do animal, o equipamento volta à posição original. Caso o boi tente recuar, não consegue, pois o dispositivo trava ao ser pressionado
para trás. Segundo Adriane, a equipe da Fazenda Continental, de Colômbia (SP), que também utiliza a ferramenta, deu-lhe a melhor definição: “anti-ré”.
A vantagem do stop back é dispensar a presença do vaqueiro para controlar a entrada no tronco coletivo (brete). Para seu bom funcionamento, o equipamento requer alguns cuidados. Não deve, por exemplo, ser posicionado muito próximo nem muito longe da entrada do brete. Se
ficar perto, os animais vindos da Bud Box podem se assustar e não entrar nesse corredor. Se ficar muito distante, dificultará o manejo, pois o vaqueiro que está na Bud Box e que pode perfeitamente conduzir os animais no brete,
caso esteja sozinho, terá de percorrer uma distância maior,
o que torna o trabalho mais cansativo. Em relação ao manejo, é preciso considerar que os animais, após passar pela primeira vez no equipamento, podem apresentar certa resistência. Quando isso acontecer o
mais indicado é elevar um pouco a altura do stop back, reduzindo seu ângulo de inclinação. Os vaqueiros na CMA chegam até mesmo a amarrá-lo na estrutura metálica, deixando-o na posição horizontal, e abaixando-o assim que os animais o deixam para trás.


André Perrone, diretor da CMA (à frente) com sua equipe de vaqueiros
e gestores técnicos da empresa.

Porteira de separação

A agilidade trazida pela Bud Box e o aumento da capacidade de processamento graças ao tronco coletivo duplo
são complementadas por um dispositivo chamado “porteira de transição”, fixada no ponto em que os dois troncos paralelos afunilam e se transformam em um tronco simples. Essa porteira fica em uma posição e tem um sistema de abertura e fechamento diferentes do que estamos habituados. Disposta no sentido do comprimento dos troncos paralelos e posicionada no final de ambos, permanece entreaberta, deixando uma brecha pela qual os animais enxergam o acesso ao tronco simples. Assim que um deles passa, seu corpo desloca a porteir para o lado, abrindo-a por completo e permitindo o fluxo de animais. Automaticamente a passagem do outro lado é bloqueada. Assim que o último animal termina de passar, um mecanismo – pode ser uma mola – traz novamente a porteira para o centro, liberando o acesso para os animais que estavam aguardando no outro tronco. Os dois currais de manejo da CMA são bem diferentes. O da EPE, mais recente, é de estrutura metálica. O do confinamento foi construído pelo avô de Perrone, todo em madeira e passou recentemente por algumas reformulações. Além da inclusão da Bud Box, a passarela de tábuas, instalação adjacente ao brete, foi retirada. Antigamente era utilizada para vacinar os animais. Com o tronco de contenção individual, ela perdeu a função. Em sistemas de manejo como o Nada nas Mãos dá-se preferência a instalações “abertas”, que favorecem o contato visual entre homem e animal. Trabalha-se mais com visão, confiança mútua e linguagem corporal. A proposta é um pouco diferente da preconizada pela especialista Temple Grandin, que inclusive visitou – e aprovou – o curral de Perrone em sua inauguração, como mostra a placa orgulhosamente fixada na parede. “Independentemente da técnica, o mais importante é que ela melhore o processo, sempre com respeito ao bem-estar animal”, afirma Luenenberg. 


A porteira de transição, localizada no final do tronco coletivo duplo,
controla a passagem dos animais em fila única para o tronco de
contenção.

No confinamento, mais agilidade e menos contusões

A Companhia Agropecuária Monte Alegre (CMA), em Barretos, SP, foi uma das primeiras propriedades no Brasil a incorporar a Bud Box em seu curral de manejo. Seu diretor, André Perrone, conheceu a instalação em 2015, durante uma visita a confinamentos nos Estados Unidos, a convite da MSD Saúde Animal.
“Sempre fui aberto a tecnologias e inovações que facilitem o manejo e respeitem os animais. Gostei do que vi e decidi adotar”, diz ele. O que mais chamou sua atenção foi a fluidez do trabalho no curral. Com a expertise de quem coordena um confinamento com capacidade estática para 19.000 cabeças/ano, Perrone sabe que o processamento (pesagem, identificação, aplicação de vacinas etc) deve ser rápido, principalmente quando a operação envolve um grande número de animais. A demanda por mais agilidade se tornou ainda mais premente a partir do ano seguinte, quando a CMA entrou
no mercado de exportação de gado vivo. Como mostrou reportagem de capa de DBO de abril de 2019, trata-se de uma operação nervosa que não admite percalços na logística. “Se atrasar, corremos o risco de pagar demurrage”,
diz Perrone, referindo-se à multa caso o navio demore no porto mais do que o acordado em contrato. Em função disso, ele dicidiu construir um curral exclusivo para sua EPE (Estabelecimento de Pré-Embarque), que funciona como confinamento convencional quando não há exportação de gado vivo. A nova instalação, dotada de Bud Box no lugar da seringa, ficou pronta em setembro de 2019. A MSD auxiliou na elaboração do projeto, assim
como no treinamento dos vaqueiros. “A Bud Box somente funciona se o manejo for correto. O mais importante são as pessoas”, diz Antony Luenenberg, coordenador de bem-estar animal da empresa. Na opinião de José Pereira da Silva, um dos mais experientes vaqueiros da CMA, a
instalação facilitou a entrada dos animais no tronco coletivo. “Quando tínhamos seringa, sempre acontecia de algum animal não querer entrar no brete, tínhamos de laçar um ou dois para realizar a tarefa. Agora isso dificilmente acontece”, relata o manejador. Perrone também detectou
melhorias. “Eu observava o trabalho dos vaqueiros no sistema tradicional, com seringa em ‘V’. Muitas vezes, eles tinham de empurrar o boi por trás. Era muita movimentação e pouca produtividade. Hoje, a equipe trabalha com
mais calma e segurança, o serviço rende”, diz.

Tronco coletivo (brete) duplo

Outra melhoria significativa foi a redução dos índices de contusão nas carcaças. Esse mérito, no entanto, não pode ser creditado somente à Bud Box, mas a uma dobradinha entre ela e o tronco coletivo (brete) duplo, um tipo de instalação bastante difundida nos confinamentos norte-
-americanos, mas ainda pouco comum por aqui. “Um dos pontos onde as contusões mais acontecem é no afunilamento da seringa, na porta do tronco de contenção, quando os animais inevitavelmente se aglomeram para entrar”,
explicou Adriane Zart à DBO, durante uma visita ao projeto da CMA. “O modelo reduz o risco de pancadas justamente por oferecer duas portas de acesso ao brete”, salientou ela. O tronco coletivo duplo também melhora o fluxo do gado. Quando os animais estão lado a lado se sentem
mais confiantes para se locomover. Esse tipo de instalação permite ter o dobro de animais à espera para ser manejados no tronco de contenção individual, o que traz maior agilidade à operação. Para o diretor da CMA, cujo confinamento processa, em média, 100 cab/hora, o abastecimento constante é fundamental. “O brete não pode ficar vazio”, sentencia. Caso optasse
por um tronco coletivo (brete) simples, Perrone teria de dobrar o tamanho dessa instalação para dar conta da mesma quantidade de gado, o que a tornaria muito comprida. Embora seja comum encontrar-se troncos coletivos longos, com até 20 m de comprimento, para alojar muitos animais, essa não é uma boa ideia. Além do custo alto, o risco de acidentes é maior, pois eles se aglomeram e tendem a subir uns sobre os outros. 

Mecanismo anti-ré

Na maior parte das fazendas que adotaram a Bud Box, o controle do fluxo de animais que entra no tronco coletivo (brete) é feito por meio de um equipamento chamado stop back, uma espécie de grade feita de tubos de ferro, estreita e comprida, com formato de prancha vazada (veja foto). Fixado em um suporte metálico disposta sobre o tronco coletivo, o stop back lembra uma gangorra, cujo movimento, no entanto, pende somente para um lado. A
melhor forma de explicar é descrever seu funcionamento.
Veja. Assim que o boi entra no brete, empurra com a cabeça o stop back, que, em posição de repouso, fica levemente inclinado para frente. Após a passagem do animal, o equipamento volta à posição original. Caso o boi tente recuar, não consegue, pois o dispositivo trava ao ser pressionado
para trás. Segundo Adriane, a equipe da Fazenda Continental, de Colômbia (SP), que também utiliza a ferramenta, deu-lhe a melhor definição: “anti-ré”.
A vantagem do stop back é dispensar a presença do vaqueiro para controlar a entrada no tronco coletivo (brete). Para seu bom funcionamento, o equipamento requer alguns cuidados. Não deve, por exemplo, ser posicionado muito próximo nem muito longe da entrada do brete. Se
ficar perto, os animais vindos da Bud Box podem se assustar e não entrar nesse corredor. Se ficar muito distante, dificultará o manejo, pois o vaqueiro que está na Bud Box e que pode perfeitamente conduzir os animais no brete,
caso esteja sozinho, terá de percorrer uma distância maior,
o que torna o trabalho mais cansativo. Em relação ao manejo, é preciso considerar que os animais, após passar pela primeira vez no equipamento, podem apresentar certa resistência. Quando isso acontecer o
mais indicado é elevar um pouco a altura do stop back, reduzindo seu ângulo de inclinação. Os vaqueiros na CMA chegam até mesmo a amarrá-lo na estrutura metálica, deixando-o na posição horizontal, e abaixando-o assim que os animais o deixam para trás.


André Perrone, diretor da CMA (à frente) com sua equipe de vaqueiros
e gestores técnicos da empresa.

Porteira de separação

A agilidade trazida pela Bud Box e o aumento da capacidade de processamento graças ao tronco coletivo duplo
são complementadas por um dispositivo chamado “porteira de transição”, fixada no ponto em que os dois troncos paralelos afunilam e se transformam em um tronco simples. Essa porteira fica em uma posição e tem um sistema de abertura e fechamento diferentes do que estamos habituados. Disposta no sentido do comprimento dos troncos paralelos e posicionada no final de ambos, permanece entreaberta, deixando uma brecha pela qual os animais enxergam o acesso ao tronco simples. Assim que um deles passa, seu corpo desloca a porteir para o lado, abrindo-a por completo e permitindo o fluxo de animais. Automaticamente a passagem do outro lado é bloqueada. Assim que o último animal termina de passar, um mecanismo – pode ser uma mola – traz novamente a porteira para o centro, liberando o acesso para os animais que estavam aguardando no outro tronco. Os dois currais de manejo da CMA são bem diferentes. O da EPE, mais recente, é de estrutura metálica. O do confinamento foi construído pelo avô de Perrone, todo em madeira e passou recentemente por algumas reformulações. Além da inclusão da Bud Box, a passarela de tábuas, instalação adjacente ao brete, foi retirada. Antigamente era utilizada para vacinar os animais. Com o tronco de contenção individual, ela perdeu a função. Em sistemas de manejo como o Nada nas Mãos dá-se preferência a instalações “abertas”, que favorecem o contato visual entre homem e animal. Trabalha-se mais com visão, confiança mútua e linguagem corporal. A proposta é um pouco diferente da preconizada pela especialista Temple Grandin, que inclusive visitou – e aprovou – o curral de Perrone em sua inauguração, como mostra a placa orgulhosamente fixada na parede. “Independentemente da técnica, o mais importante é que ela melhore o processo, sempre com respeito ao bem-estar animal”, afirma Luenenberg. 


A porteira de transição, localizada no final do tronco coletivo duplo,
controla a passagem dos animais em fila única para o tronco de
contenção.

Fluxo contínuo, sem estresse


Ana Silva Soubhia, da Personal Pec, manejando os animais na Bud Box da Fazenda Capão Fundo, no MS.

O pecuarista Pedro Merem, de 32 anos, é outro produtor que decidiu apostar na Bud Box. Quando construiu seu curral novo, no final de 2018.Deixou de lado a tradicional seringa (afunilada) e optou por uma estrutura com cercas de arame, mais parecida a uma caixa vazada, com acesso por uma porteira interna e saída para o tronco coletivo duplo (brete). Quem vê a Bud Box de perto, funcionando, testemunha um fluxo tranquilo de animais transitando das remangas até o brete e, deste, para o tronco de contenção. A opção do produtor por esse tipo de instalação foi decorrente de sua adesão ao manejo “Nada nas Mãos”, aplicado, naquele mesmo ano, em sua Fazenda Capão Fundo, que faz ciclo completo no coração do Pantanal sul-matogrossense, às margens do Rio Paraguai, em Porto Murtinho, 455 km a oeste da capital, Campo Grande. Foi Adriane Zart quem sugeriu a Merem (seu amigo de infância e colega de Ensino Médio) a adoção do sistema. Apesar de não atribuir a evolução de indicadores da fazenda unicamente à Bud Box, o pecuarista pantaneiro garante que a estrutura foi essencial para melhoria dos resultados: “Antes, cheguei a sofrer descontos no frigorífico por lesões ocorridas durante o manejo. Hoje, tenho zero de penalização”.

Merem lembra que a Bud Box tem a função de ser um compartimento de trânsito, não de armazenamento. Nela, o animal não pode ficar estacionado como acontece em uma seringa convencional, por exemplo. “Usamos a nosso favor o instinto do gado de sempre tentar voltar por onde entrou. Quando isso ocorre, a porteira já está fechada. Neste momento, o animal se depara com o tronco duplo e entra por ele de forma natural”, reforça
Ana Silvia Soubhia, gestora de treinamento da Personal Pec, de Campo Grande (MS), empresa da qual Adriane Zart é uma das proprietárias.

Novo curral, novo manejo

Quando se decidiu pela construção do novo curral,
Merem trabalhava com o Manejo Nada nas Mãos na instalação antiga (hoje, eventualmente usada para manejo de
cria), onde ele e sua equipe foram treinados por Ana. “Essa
técnica se adapta a qualquer curral, mas resulta mais eficiente quando tocada em estrutura adequada”, explica a
veterinária. Além da Bud Box, o novo curral tem tronco
de chão (sem plataforma). “Todas as nossas operações de
manejo como vacinação, pesagem ou brincagem são feitas
no tronco de contenção. O tronco coletivo (brete), portanto, virou uma ligeira área de espera”, explica Merem. “O
animal entra no curral, passa pela Bud Box e vai ao brete sempre no mesmo nível e dentro de um espaço que lhe
permita visualizar o exterior”, diz Ana. 

O novo curral de Merem tem 960 m2 de área construída e custou R$ 70.000, sem incluir o tronco de contenção (mais R$ 30.000), nem a madeira cedida pela própria fazenda (palanques, moirões de aroeira e tábuas de
ipê). Só na Bud Box, o produtor estima ter desembolsado
R$ 5.000, parte desse dinheiro no piso de concreto com
espessura de 5 cm, estruturado com treliça de ferro. Na
tentativa de alongar a vida útil do curral, ele cobriu boa
parte dos moirões expostos ao tempo (fora do espaço
coberto) com uma espécie de manta térmica, que evita
a infiltração de água na madeira. A estrutura do curral
possibilita o manejo de dois lotes/dia com até 150 cabeças cada um. Em épocas de muito calor (chega a fazer 40 graus na região) o trabalho geralmente é suspenso depois do meio-dia para evitar desgastes nos bovinos
e na equipe. 


Pedro Meren, proprietário da Fazenda Capão Fundo, em MS, com
sua equipe de vaqueiros, que foi treinada por Adriane Zart.

Escolinha de bois

Merem garante que a fluidez no manejo garantida pela Bud Box e o tronco coletivo duplo lhe permite embarcar até dois caminhões de bois em aproximadamente 10 minutos. Para adaptar rapidamente os animais de compra à estrutura, ele adota uma estratégia batizada de “escolinha”. “Passo os lotes uma única vez por todo o curral e retorno com eles à remanga.
Aguardo uns 20 minutos e começo o serviço. A tendência, na primeira passagem, é os bois procurarem mais intensivamente a saída. Na segunda vez, o fluxo é mais natural e sem pressão”, explica.

Segundo Adriane, a escolinha deve ser usada sempre que possível. “Um dia desses eu estava em uma fazenda que tentava manejar 240 vacas no curral. Elas resistiram muito na entrada, mesmo sendo mansas. Optamos por fazer a escolinha e, no dia seguinte, todas levaram menos de 25 minutos para fazer o percurso de manejo”, salienta. Na Capão Fundo, o Pré Bud Box tem 39,3 m2 e a Bud Box, 49,59 m2. A porteira inteiriça que separa os dois espaços mede 3,7 m. Como a Bud Box é mais larga, a diferença é compensada por uma dobra na cerca, que elimina um eventual canto morto na estrutura e ajuda na condução do animal para o tronco duplo. Cada espaço conta com
um portão de acesso/fuga. Como três lados da estrutrura são vazados, Adriane diz que o manejador pode trabalhar de fora, caso prefira, pois os animais podem confirmar visualmente sua presença e posicionamento.

Que nem São Tomé

Merem confessa que demorou um pouco a acreditar no efeito positivo do manejo racional, mas, quando vacinou seus animais no brete de contenção viu que gastava o mesmo tempo, com resultados muito melhores. “Até então, entre 10% e 20% dos animais de cada lote apresentavam abcesso vacinal. Hoje esse número é zero. Caso alguém encontre algum boi com abcesso na fazenda pode ter certeza que é de compra”, garante. Assim que concordou em adotar o manejo Nada nas Mãos, Merem e mais três funcionários passaram por um treinamento, na própria fazenda, ministrado por Adriane e Ana. “No início foi impactante. Minha equipe se assustou. Não entendia o
que duas mulheres da cidade iriam ensinar para um grupo que há anos trabalhava com gado no Pantanal. Mas elas acabaram quebrando esta tensão inicial com conhecimento e prática”, conta o pecuarista.
Segundo Merem, o gado ficou mais manso. “Mesmo separados das mães durante o manejo de IATF, por exemplo, eles ficam calmos no curral, nem berram. Alguns deitam e dormem. A partir da recria esses animais
ficam, a cada passagem pelo curral, mais à vontade e ambientados aos procedimentos. Não dá pra mensurar, mas a Bud Box tem um papel importante nisso”, avalia o produtor. Considerando todas as mudanças na
propriedade (manejo, gestão, pastagens, IATF e contratação de uma consultoria) houve nítida evolução em alguns indicadores da propriedade entre 2017 e 2019.

“Nosso índice de prenhez, que era de 60%-65%, estabilizou-se em 80%. A produção por animal passou de 3,5@ para 5@/cab/ano e a de carne foi de 1@ para 8@/ ha/ano”, diz Merem. A Fazenda Capão Fundo fica incrustada no Pantanal de Porto Murtinho (MS). Foi adquirida em 1981 pelo pai de Merem, Roberto Nascimento Oliveira (66 anos). Naquela época, os acessos eram apenas a cavalo ou de barco/chalana, via Rio Paraguai. A propriedade tem área total de 6.237 ha, sendo 2.000 ha de pastos cultivados e pouco mais de 1.500 ha de pastos nativos. Por tentar manter o mesmo número de cabeças no verão e no inverno em ciclo completo (sem compra), a propriedade sofreu com a falta de comida para o rebanho nos meses secos (junho a setembro). “Chegamos a ter cerca de 6.000 animais. Reformávamos os pastos em um ano e os víamos degradar no ano seguinte. A conta disso era alta. Trabalhávamos muito e não víamos dinheiro”, conta Merem, que resolveu contratar a Exagro, de MG, para melhor sua gestão. “Tivemos de reduzir o rebanho, diminuir o estoque de gado na seca, aumentar nas águas, suspender uso de capim nativo e passar a comprar animais em paralelo ao ciclo completo”, relata. Isso foi feito gradualmente. Para não se desfazer de boa parte do rebanho de forma imediata, uma área (6.000 ha) foi arrendada para acomodar 2.000 cabeças. Aos poucos, vários ajustes foram sendo feitos, incluindo a adoção do manejo “Nada nas Mãos”. Atualmente, a fazenda mantém um rebanho médio de 3.000 cabeças (4.000 nas águas e 2.000 na seca). O resultado operacional líquido, segundo Merem, saiu do negativo e vem evoluindo. Em 2018, ele atingiu R$ 301/ha/ano. Para 2020, a projeção é de R$ 450 ha/ano.

 

Fluxo contínuo, sem estresse


Ana Silva Soubhia, da Personal Pec, manejando os animais na Bud Box da Fazenda Capão Fundo, no MS.

O pecuarista Pedro Merem, de 32 anos, é outro produtor que decidiu apostar na Bud Box. Quando construiu seu curral novo, no final de 2018.Deixou de lado a tradicional seringa (afunilada) e optou por uma estrutura com cercas de arame, mais parecida a uma caixa vazada, com acesso por uma porteira interna e saída para o tronco coletivo duplo (brete). Quem vê a Bud Box de perto, funcionando, testemunha um fluxo tranquilo de animais transitando das remangas até o brete e, deste, para o tronco de contenção. A opção do produtor por esse tipo de instalação foi decorrente de sua adesão ao manejo “Nada nas Mãos”, aplicado, naquele mesmo ano, em sua Fazenda Capão Fundo, que faz ciclo completo no coração do Pantanal sul-matogrossense, às margens do Rio Paraguai, em Porto Murtinho, 455 km a oeste da capital, Campo Grande. Foi Adriane Zart quem sugeriu a Merem (seu amigo de infância e colega de Ensino Médio) a adoção do sistema. Apesar de não atribuir a evolução de indicadores da fazenda unicamente à Bud Box, o pecuarista pantaneiro garante que a estrutura foi essencial para melhoria dos resultados: “Antes, cheguei a sofrer descontos no frigorífico por lesões ocorridas durante o manejo. Hoje, tenho zero de penalização”.

Merem lembra que a Bud Box tem a função de ser um compartimento de trânsito, não de armazenamento. Nela, o animal não pode ficar estacionado como acontece em uma seringa convencional, por exemplo. “Usamos a nosso favor o instinto do gado de sempre tentar voltar por onde entrou. Quando isso ocorre, a porteira já está fechada. Neste momento, o animal se depara com o tronco duplo e entra por ele de forma natural”, reforça
Ana Silvia Soubhia, gestora de treinamento da Personal Pec, de Campo Grande (MS), empresa da qual Adriane Zart é uma das proprietárias.

Novo curral, novo manejo

Quando se decidiu pela construção do novo curral,
Merem trabalhava com o Manejo Nada nas Mãos na instalação antiga (hoje, eventualmente usada para manejo de
cria), onde ele e sua equipe foram treinados por Ana. “Essa
técnica se adapta a qualquer curral, mas resulta mais eficiente quando tocada em estrutura adequada”, explica a
veterinária. Além da Bud Box, o novo curral tem tronco
de chão (sem plataforma). “Todas as nossas operações de
manejo como vacinação, pesagem ou brincagem são feitas
no tronco de contenção. O tronco coletivo (brete), portanto, virou uma ligeira área de espera”, explica Merem. “O
animal entra no curral, passa pela Bud Box e vai ao brete sempre no mesmo nível e dentro de um espaço que lhe
permita visualizar o exterior”, diz Ana. 

O novo curral de Merem tem 960 m2 de área construída e custou R$ 70.000, sem incluir o tronco de contenção (mais R$ 30.000), nem a madeira cedida pela própria fazenda (palanques, moirões de aroeira e tábuas de
ipê). Só na Bud Box, o produtor estima ter desembolsado
R$ 5.000, parte desse dinheiro no piso de concreto com
espessura de 5 cm, estruturado com treliça de ferro. Na
tentativa de alongar a vida útil do curral, ele cobriu boa
parte dos moirões expostos ao tempo (fora do espaço
coberto) com uma espécie de manta térmica, que evita
a infiltração de água na madeira. A estrutura do curral
possibilita o manejo de dois lotes/dia com até 150 cabeças cada um. Em épocas de muito calor (chega a fazer 40 graus na região) o trabalho geralmente é suspenso depois do meio-dia para evitar desgastes nos bovinos
e na equipe. 


Pedro Meren, proprietário da Fazenda Capão Fundo, em MS, com
sua equipe de vaqueiros, que foi treinada por Adriane Zart.

Escolinha de bois

Merem garante que a fluidez no manejo garantida pela Bud Box e o tronco coletivo duplo lhe permite embarcar até dois caminhões de bois em aproximadamente 10 minutos. Para adaptar rapidamente os animais de compra à estrutura, ele adota uma estratégia batizada de “escolinha”. “Passo os lotes uma única vez por todo o curral e retorno com eles à remanga.
Aguardo uns 20 minutos e começo o serviço. A tendência, na primeira passagem, é os bois procurarem mais intensivamente a saída. Na segunda vez, o fluxo é mais natural e sem pressão”, explica.

Segundo Adriane, a escolinha deve ser usada sempre que possível. “Um dia desses eu estava em uma fazenda que tentava manejar 240 vacas no curral. Elas resistiram muito na entrada, mesmo sendo mansas. Optamos por fazer a escolinha e, no dia seguinte, todas levaram menos de 25 minutos para fazer o percurso de manejo”, salienta. Na Capão Fundo, o Pré Bud Box tem 39,3 m2 e a Bud Box, 49,59 m2. A porteira inteiriça que separa os dois espaços mede 3,7 m. Como a Bud Box é mais larga, a diferença é compensada por uma dobra na cerca, que elimina um eventual canto morto na estrutura e ajuda na condução do animal para o tronco duplo. Cada espaço conta com
um portão de acesso/fuga. Como três lados da estrutrura são vazados, Adriane diz que o manejador pode trabalhar de fora, caso prefira, pois os animais podem confirmar visualmente sua presença e posicionamento.

Que nem São Tomé

Merem confessa que demorou um pouco a acreditar no efeito positivo do manejo racional, mas, quando vacinou seus animais no brete de contenção viu que gastava o mesmo tempo, com resultados muito melhores. “Até então, entre 10% e 20% dos animais de cada lote apresentavam abcesso vacinal. Hoje esse número é zero. Caso alguém encontre algum boi com abcesso na fazenda pode ter certeza que é de compra”, garante. Assim que concordou em adotar o manejo Nada nas Mãos, Merem e mais três funcionários passaram por um treinamento, na própria fazenda, ministrado por Adriane e Ana. “No início foi impactante. Minha equipe se assustou. Não entendia o
que duas mulheres da cidade iriam ensinar para um grupo que há anos trabalhava com gado no Pantanal. Mas elas acabaram quebrando esta tensão inicial com conhecimento e prática”, conta o pecuarista.
Segundo Merem, o gado ficou mais manso. “Mesmo separados das mães durante o manejo de IATF, por exemplo, eles ficam calmos no curral, nem berram. Alguns deitam e dormem. A partir da recria esses animais
ficam, a cada passagem pelo curral, mais à vontade e ambientados aos procedimentos. Não dá pra mensurar, mas a Bud Box tem um papel importante nisso”, avalia o produtor. Considerando todas as mudanças na
propriedade (manejo, gestão, pastagens, IATF e contratação de uma consultoria) houve nítida evolução em alguns indicadores da propriedade entre 2017 e 2019.

“Nosso índice de prenhez, que era de 60%-65%, estabilizou-se em 80%. A produção por animal passou de 3,5@ para 5@/cab/ano e a de carne foi de 1@ para 8@/ ha/ano”, diz Merem. A Fazenda Capão Fundo fica incrustada no Pantanal de Porto Murtinho (MS). Foi adquirida em 1981 pelo pai de Merem, Roberto Nascimento Oliveira (66 anos). Naquela época, os acessos eram apenas a cavalo ou de barco/chalana, via Rio Paraguai. A propriedade tem área total de 6.237 ha, sendo 2.000 ha de pastos cultivados e pouco mais de 1.500 ha de pastos nativos. Por tentar manter o mesmo número de cabeças no verão e no inverno em ciclo completo (sem compra), a propriedade sofreu com a falta de comida para o rebanho nos meses secos (junho a setembro). “Chegamos a ter cerca de 6.000 animais. Reformávamos os pastos em um ano e os víamos degradar no ano seguinte. A conta disso era alta. Trabalhávamos muito e não víamos dinheiro”, conta Merem, que resolveu contratar a Exagro, de MG, para melhor sua gestão. “Tivemos de reduzir o rebanho, diminuir o estoque de gado na seca, aumentar nas águas, suspender uso de capim nativo e passar a comprar animais em paralelo ao ciclo completo”, relata. Isso foi feito gradualmente. Para não se desfazer de boa parte do rebanho de forma imediata, uma área (6.000 ha) foi arrendada para acomodar 2.000 cabeças. Aos poucos, vários ajustes foram sendo feitos, incluindo a adoção do manejo “Nada nas Mãos”. Atualmente, a fazenda mantém um rebanho médio de 3.000 cabeças (4.000 nas águas e 2.000 na seca). O resultado operacional líquido, segundo Merem, saiu do negativo e vem evoluindo. Em 2018, ele atingiu R$ 301/ha/ano. Para 2020, a projeção é de R$ 450 ha/ano.

 

Adesão também em GO e MT


Visão parcial da Bud Box da Fazenda Estrelinha, MT, que dá acesso ao tronco
coletivo duplo.

Em 2016, a Fazenda Estrelinha (2.700 ha de área arrendada), até então focada apenas na produção de soja e milho, em Canarana (Vale do Araguaia,
MT), decidiu usar uma área de 465 ha, bastante arenosa e considerada improdutiva para agricultura, para implementar um projeto de recria/engorda. Antes de formar o rebanho, tratou de montar uma estrutura geral, incluindo
cercas, cochos e formação de pastagens. Quando chegou a vez do curral, o consultor do projeto, Antônio Renato Pacheco, da Pacheco Consultoria Agropecuária, médico veterinário de Goiânia (GO), sugeriu a adoção da Bud
Box e da técnica de manejo “Nada nas Mãos”. Com o sinal verde do Grupo Cunha, que arrenda a propriedade, ele montou a estrutura, que conta com uma Bud Box de 9 x 4,5 metros e um tronco coletivo (brete) duplo. “Como foi indicação do Pacheco, que é de nossa confiança, acatamos o modelo, mas minha primeira impressão foi de dúvida. Eu me perguntava se iria funcionar”, lembra Saulo Sabino da Cunha, um dos sócios da empresa, ao lado dos irmãos Pedro e Pablo. A irmã (Gabriela), a mãe (Germana) e o pai (Paulo Rodrigues), completam a sociedade familiar. O projeto pecuário da Estrelinha teve início em 2018, após treinamento de oito colaboradores, e funcionou tão
bem que a família decidiu transferir, a partir de 2020, mais 335 ha da agricultura para a pecuária. “Hoje consigo manejar 800 animais/dia no curral, que se mostrou funcional e claramente suporta a ampliação da atividade.
Quanto à Bud Box, o grande segredo operacional é manejar lotes nesse compartimento formado por, no máximo, seis animais, que é a capacidade máxima do nosso tronco. Assim, nenhum fica para trás e a operação ganha
fluidez e agilidade”, diz Cunha. O contrato de arrendamento vai até 2027, mas o grupo pretende estendê-lo por mais 10 anos.

O consultor Pacheco monitora periodicamente o trabalho na Bud Box e em todo o curral por meio de câmeras de vídeo instaladas em pontos estratégicos da estrutura. Segundo ele, o intuito não é fiscalizar, mas ajustar
procedimentos. “De qualquer lugar, posso identificar eventual conduta ou postura técnica equivocada no manejo e solicitar correção”, justifica. O médico veterinário classifica a Bud Box como uma espécie de facilitadora
de manejo: “Tenho quase 40 anos de campo e posso dizer que é bastante ágil. A vantagem de sua utilização é uma carcaça de melhor qualidade. Isso também pode ser conseguido em um curral sem a Bud Box, mas dá muito
mais trabalho”.
A técnica Nada nas Mãos é adotada no manejo de recria e terminação. A propriedade compra bezerros desmamados, fazendo sua recria/terminação no prazo médio de 12 meses. Em 2019, a Estrelinha abateu mais de
6.000 cabeças graças, segundo Pacheco, às “oportunidades especiais” que surgiram: “Apareceram animais mais erados que entraram direto no acabamento”, explica. Na propriedade, a terminação por enquanto é feita intensivamente em bolsões (conjuntos) de cochos, no aguardo da
construção de um confinamento.

Em pequenas fazendas

Apesar de ser uma novidade na pecuária, vários consultores já estão recomendando o Bud Box a seus clientes. É o caso de Ricardo Reis dos Passos, sócio-proprietário da Cria Fértil, de GO. “Em pelos menos 15
propriedades, já trabalho com o manejo Nada nas Mãos. Em 2019 comecei a sugerir a adoção da Bud Box e hoje acompanho três currais já com a estrutura montada e em funcionamento”, conta. Uma delas fica na Fazenda Mandacaru, em Iaciara, GO. Com 9,4 x 4,5 metros, essa Bud Box tem saída para tronco simples e portão de fechamento automático que garante mais agilidade e segurança para o manejador. Como se trata de uma fazenda considerada mediana na região (600 ha de área e rebanho de 500 cabeças),
Passos adequou o curral para operar com, no máximo,
três funcionários e ter fluxo médio de 100 animais/hora. “Dois operadores são suficientes para pesagem e vacinação, por exemplo. Um terceiro somente é necessário na IATF”, garante. Para mensurar os impactos da Bud Box e da técnica em todo o sistema, Passos está iniciando um
sistema de avaliação baseado em três notas de saída do animal: andando, marchando e correndo. Ele está cruzando os grupos formados com cada uma das três notas com a taxa de prenhez obtida. A ideia é comprovar que as
vacas que saem andando emprenham mais.

Adesão também em GO e MT


Visão parcial da Bud Box da Fazenda Estrelinha, MT, que dá acesso ao tronco
coletivo duplo.

Em 2016, a Fazenda Estrelinha (2.700 ha de área arrendada), até então focada apenas na produção de soja e milho, em Canarana (Vale do Araguaia,
MT), decidiu usar uma área de 465 ha, bastante arenosa e considerada improdutiva para agricultura, para implementar um projeto de recria/engorda. Antes de formar o rebanho, tratou de montar uma estrutura geral, incluindo
cercas, cochos e formação de pastagens. Quando chegou a vez do curral, o consultor do projeto, Antônio Renato Pacheco, da Pacheco Consultoria Agropecuária, médico veterinário de Goiânia (GO), sugeriu a adoção da Bud
Box e da técnica de manejo “Nada nas Mãos”. Com o sinal verde do Grupo Cunha, que arrenda a propriedade, ele montou a estrutura, que conta com uma Bud Box de 9 x 4,5 metros e um tronco coletivo (brete) duplo. “Como foi indicação do Pacheco, que é de nossa confiança, acatamos o modelo, mas minha primeira impressão foi de dúvida. Eu me perguntava se iria funcionar”, lembra Saulo Sabino da Cunha, um dos sócios da empresa, ao lado dos irmãos Pedro e Pablo. A irmã (Gabriela), a mãe (Germana) e o pai (Paulo Rodrigues), completam a sociedade familiar. O projeto pecuário da Estrelinha teve início em 2018, após treinamento de oito colaboradores, e funcionou tão
bem que a família decidiu transferir, a partir de 2020, mais 335 ha da agricultura para a pecuária. “Hoje consigo manejar 800 animais/dia no curral, que se mostrou funcional e claramente suporta a ampliação da atividade.
Quanto à Bud Box, o grande segredo operacional é manejar lotes nesse compartimento formado por, no máximo, seis animais, que é a capacidade máxima do nosso tronco. Assim, nenhum fica para trás e a operação ganha
fluidez e agilidade”, diz Cunha. O contrato de arrendamento vai até 2027, mas o grupo pretende estendê-lo por mais 10 anos.

O consultor Pacheco monitora periodicamente o trabalho na Bud Box e em todo o curral por meio de câmeras de vídeo instaladas em pontos estratégicos da estrutura. Segundo ele, o intuito não é fiscalizar, mas ajustar
procedimentos. “De qualquer lugar, posso identificar eventual conduta ou postura técnica equivocada no manejo e solicitar correção”, justifica. O médico veterinário classifica a Bud Box como uma espécie de facilitadora
de manejo: “Tenho quase 40 anos de campo e posso dizer que é bastante ágil. A vantagem de sua utilização é uma carcaça de melhor qualidade. Isso também pode ser conseguido em um curral sem a Bud Box, mas dá muito
mais trabalho”.
A técnica Nada nas Mãos é adotada no manejo de recria e terminação. A propriedade compra bezerros desmamados, fazendo sua recria/terminação no prazo médio de 12 meses. Em 2019, a Estrelinha abateu mais de
6.000 cabeças graças, segundo Pacheco, às “oportunidades especiais” que surgiram: “Apareceram animais mais erados que entraram direto no acabamento”, explica. Na propriedade, a terminação por enquanto é feita intensivamente em bolsões (conjuntos) de cochos, no aguardo da
construção de um confinamento.

Em pequenas fazendas

Apesar de ser uma novidade na pecuária, vários consultores já estão recomendando o Bud Box a seus clientes. É o caso de Ricardo Reis dos Passos, sócio-proprietário da Cria Fértil, de GO. “Em pelos menos 15
propriedades, já trabalho com o manejo Nada nas Mãos. Em 2019 comecei a sugerir a adoção da Bud Box e hoje acompanho três currais já com a estrutura montada e em funcionamento”, conta. Uma delas fica na Fazenda Mandacaru, em Iaciara, GO. Com 9,4 x 4,5 metros, essa Bud Box tem saída para tronco simples e portão de fechamento automático que garante mais agilidade e segurança para o manejador. Como se trata de uma fazenda considerada mediana na região (600 ha de área e rebanho de 500 cabeças),
Passos adequou o curral para operar com, no máximo,
três funcionários e ter fluxo médio de 100 animais/hora. “Dois operadores são suficientes para pesagem e vacinação, por exemplo. Um terceiro somente é necessário na IATF”, garante. Para mensurar os impactos da Bud Box e da técnica em todo o sistema, Passos está iniciando um
sistema de avaliação baseado em três notas de saída do animal: andando, marchando e correndo. Ele está cruzando os grupos formados com cada uma das três notas com a taxa de prenhez obtida. A ideia é comprovar que as
vacas que saem andando emprenham mais.

Curral Pré-Moldado PANUCC

Cuiabá – MT: Av Carmindo de Campos, 146, sala 62, Bairro Jardim Petrópolis
Barra do Garças – MT: Q7, Av. C – Jardim Palmares
Fone: 0800-000-0897  |  Whatsapp: (65) 99955-2810